29/09/08

O Manelismo

Começo finalmente a perceber o Manelismo.

Trata-se - depois do tabu do silêncio - de fazer microoposição: alinham-se declarações sobre temas menores, misturam-se algumas posições solenes sobre temas fracturantes que, por serem "matéria de consciência", permitem lavar as mãos na liberdade de voto, simulacro de democracia alaranjada e arejada. Junta-se a esta salada de frutas um sempre-recauchutado Santana (que dá a D. Manuela um cheirinho de calculismo pragmático, tempero sempre conveniente numa salada que se preza).

Afinal é tudo simples.

Menos ganhar eleições.

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The show must go on

A crise financeira veio para ficar, com as carpideiras do costume e as desculpas de quem tem peso na consciência.

O capitalismo não acabou: apenas está mostrando que não pode passar - sobretudo ele! - sem o socorro do Estado para lhe subsidiar as incompetências e os golpes - financiando-lhe, generosamente, os prejuízos.

Quando o engenho dos "novos produtos financeiros" começa a soçobrar, o sistema dá nisto: socializam~se as percas para continuar a capitalizar-se nas várias roletas do Casino.

Mas haveria outro remédio?

Haveria: mas era necessário subordinar o poder económico ao político. Coisa que aos próprios políticos não interessa: quem lhes pagaria os desvarios, as comissões e a domesticação da grande mídia?

Nada voltará a ser como era. Para que tudo continue a ser como era.

Há só que mudar o esquema e alguns dos seus arquitectos.

The show must go on.

12/09/08

Os gargalhões

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Larry Carlson