16/04/09
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"A entrevista de Ricardo Salgado, Presidente do BES, dada hoje ao Público (na sequência de outra ontem na TV) é o melhor prenda recebida por José Sócrates e seu Governo nos últimos meses. Lamento que tenha de ser um banqueiro a vir a terreiro dizer – frontalmente – algumas verdades a favor da nossa governação e da situação do País, mas não é por isso que deixam de ser o que são: uma bofetada na Oposição (?) de Centro-direita, uma ironia do Destino, uma preciosa alavancagem ao voto no status-quo e, sobretudo, uma palavra de orientação para emergentes, hesitantes, independentes e inseguros. Sócrates não esquecerá". LINK
15/04/09
Dos modos de estar presidenciais
Declarou Sua Exa:
- As previsões do Banco de Portugal "não podiam ser mais negativas",
- Seria "muito difícil" serem diferentes devido à dependência do exterior da economia portuguesa.
- "Portugal é um dos países que mais depende do exterior. Por isso, é preciso ter muito cuidado em relação à nossa credibilidade, àquilo que fazemos internamente, porque estamos a ser observados por todos aqueles que estão no estrangeiro e se interessam" por Portugal.
- "Queremos estar na primeira linha da recuperação económica ou que a situação seja tão complicada ou ainda mais complicada do que aquela que hoje atravessamos? Porque se for assim, lamentamo-nos hoje e vamos lamentar-nos no futuro e, como povo diz, é chorar sobre leite entornado".
- É preciso enfrentar o "problema do desemprego", que deve ser "uma prioridade".
- Há que"olhar para aqueles que estão a ser atingidos de forma particular pela crise".
- Há que "colocar os olhos no futuro", (…) "nos factores críticos" que podem permitir ao país "estar na linha da frente da recuperação económica".
- Desses factores críticos o Presidente da República salientou a produtividade e a competitividade, sobre os quais "é necessário actuar já hoje", para que o país possa "vencer depois", devendo por isso apostar "no conhecimento", nas universidades e nas empresas.
- O Presidente salientou que “há muito tempo” pugna pela necessidade de “Portugal preparar-se para competir na cena unternacional” e que só pelo conhecimento Portugal poderá dispôr de "mais inovação e capacidade para competir" com os outros países.
- “Caso contrário, podemos ter crise este ano, ter crise no ano de 2010 e até depois dessa data".
Nunca é demais salientar a inovação e a criatividade doutrinária íncitas nestas declarações e – muito particularmente - a originalidade com que deu a volta à expressão popular CHORAR SOBRE LEITE DERRAMADO que, no vocabulário presidencial, passou a CHORAR SOBRE LEITE ENTORNADO.
(Convenhamos que entornado é bem mais terra-a-terra que derramado).
Há-de flutuar
há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu… como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado
por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos… sem ninguém
e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentado à porta… dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci… acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no
coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)
um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade
Al Berto
(Link)
13/04/09
Será isto um líder partidário?
"Podemos ter opiniões diferentes opiniões sobre esses conceitos mas pessoalmente acho que não é altura de os expressar. A escolha está feita e devemo-nos conformar uma vez que é um facto consumado", afirmou hoje à Lusa o ex-dirigente do PP/cds Luís Nobre Guedes. Referia-se às escolhas de Paulo Portas – o caudilho pêpista – para cabeças de Lista nas próximas eleições do Parlamento europeu.
Também acho: quanto mais só e decisório Portas estiver mais responsabilizado será pelo resultado que alcançar. E a probabilidade de se “estender” é bem grande. Guedess soma por outro a subserviência, a obediência, a aceitação exemplar da disciplina partidária e o lavar-de-mãos total.
Assim, amanhã, poderá cobrar mais e sem telhados de vidro.
Como sempre gostou, Portas estará só na vitória e mais que só na derrota.
Será isto um líder partidário?